Por João Gabriel Guimarães de Almeida e Ana Clara Guimarães de Almeida
Originalmente nomeado como "Hans Brinker", este livro trata da vida de um garoto holandês e de sua família. São contadas também a história de outros personagens, cujas vidas são tocadas ou influenciadas por Hans e seus familiares.
Esta história trata dos esforços de um garoto em ajudar seus parentes em meio a pobreza e a necessidade, devido à demência do pai, que havia caído de um dos diques holandeses exatos 10 anos antes do tempo em que se passa esta história.
Um dos pontos mais interessantes deste livro é sobre a questão da mudança de título, já descrita por nós no começo desta resenha. O título atual e mais conhecido, "Os Patins de Prata", refere-se a dois pares de patins feitos inteiramente de prata (sério? Nem dava para perceber...) que as crianças do livro esperam poder ganhar, desde o inicio da narrativa, em uma competição que acontecerá no final do ano; porque é interessante a mudança de título? Porque com títulos diferentes, obviamente o autor deseja focar em coisas diferentes.
Quando se começa a ler um livro com o título de "Hans Brinker", inconscientemente, focamos nossa atenção no personagem com o nome anunciado. Já quando nos deparamos com o título "Os Patins de Prata" (ou "The Silver Skates", no original) temos então nossa atenção puxada para o sapato em questão. Focamos nosso olhar em quais circunstancias eles aparecem, como eles serão conquistados por um dos personagens, quem os conquistará, e o que mais devemos considerar: porque eles são tão importantes? Porque a autora considerou que o nome "Os Patins de Prata" é mais importante para a história do que "Hans Brinker", considerando que o dito Hans interfere, direta ou indiretamente, na história inteira?
Essa pergunta nos impele por todo o livro, sendo as vezes deixada de lado, com a emoção vinda de acontecimentos não relacionados com os patins; as vezes retornando ao centro de nossa atenção, com pequenas frases incluídas no meio do texto, nunca permitindo que esqueçamos os ditos patins de prata.
Tal pergunta é respondida no fina do livro? Deixo ao cargo do leitor descobrir isso, descobrir o porque de "Os Patins de Prata" serem tão importantes(se eles forem mesmo...).
Dotado de uma prosa leve, com um singelo toque de literatura antiga devido ao uso aleatório de "tu" e "vós" por parte dos personagens, indico este livro para leitores de todas as idades e tamanhos.
Um pouco sobre a autora, Mary Mapes Dodge, ela nasceu em 26 de Janeiro de 1831, e faleceu em 21 de Agosto de 1905. Autora de 11 trabalhos, 3 deles em verso e o resto em prosa, é mais conhecida pelo livro "Os Patins de Prata", ou "Hans Brinker".
Um último fato a declarar; o livro é um pequeno tesouro em informações geográficas e históricas sobre a Holanda; tais informações são ditas aqui e ali por todo o livro, demonstrando o orgulho, a cultura e o passado dos holandeses, sempre combatendo e usando o mar, ao mesmo tempo.
Quem deseja uma história simples, porém não deixando de ser um clássico, vai encontrar em "Os Patins de Prata" um bom amigo.
Boa leitura!
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